terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mundana

Sinto o cheiro do gudang.

À minha frente, um maço e tchan-tchan:

Gudang achado, pra ficar relaxado.

Meu suor escorre na mesa deste bar.

Reviro a carteira, com quanto posso me embebedar?

Cervejas viradas, já não me fazem efeito.

Me traga um whisky, me mostra teu peito,

Meretriz insolente! Tu cobras e descobres;

Tu sentas e atiças meus sentidos menos nobres.

Numa cruzada de pernas me levou o juízo:

Senhor, meu Deus! Estou à beira do abismo!

Converta-me, Deus, me tire deste chão!

Mas não hoje, Senhor, hoje eu sou mesmo este cão.

De rosto prostrado, abatido e acabado;

De mãos a pender sobre a mesa, drogado.

Bêbado e feliz.

De coração vazio e um forte cheiro no nariz:

Cheiro de gudang.

Me devolva meu maço, meretriz infeliz!


Postagem de 23/10/07 em http://fa13jornalismo.blogspot.com

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